Merton100: Rio de Janeiro



Foi a vez da Cidade Maravilhosa celebrar o centenário de nascimento de Thomas Merton (1915-1968). Dentre as localidades brasileiras, foi o Rio de Janeiro quem deu acolhimento especial a Merton, difundindo-o entre as demais cidades através da genialidade de Waldecy Gonçalves, fundador da Sociedade dos Amigos Fraternos de Thomas Merton, em 1996. Por esta razão, a cidade mereceu um evento a sua altura, reunindo importantes figuras do meio eclesial e acadêmico num prestigiado ciclo de conferências.

Antonio Laért, membro da Sociedade dos Amigos Fraternos de Thomas Merton e mentor intelectual do evento, saudou os presente e contextualizou o momento celebrativo, chamando os conferencistas a comporem a mesa.

Inicialmente, O anfitrião Dom Orani João Tempesta, OCist, Cardeal Arcebispo do Rio de Janeiro, com afáveis palavras às iniciativas da SAFTM, foi o primeiro a falar. Fez um interessante histórico, a partir de São Bernardo de Claraval,  que, no século XII, incentivou seus monges a vivenciarem a Regra de São Bento de uma forma renovada. Discorreu sobre Thomas Merton, que no século passado apresentou ao mundo os tesouros da tradição Cisterciense, até chegar aos nossos dias no Brasil, com as contribuições dadas por Dom Bernardo Bonowitz, OCSO. Fez um apanhado geral da biografia de Thomas Merton e citou as encíclicas dos últimos Papas sobre as vocações à vida consagrada e contemplativa.
Em seguida, Dom Bernardo apresentou sua conferência Solidão: Escola de Liberdade. Alguns pensamentos continuam ecoando nas almas dos ouvintes: "Nós somos uma solidão! (...) Não podemos depender da sociedade para descobrir nossa individualidade". Falando da importância da pobreza, disse: "Só temos acesso a nossa pobreza pela Misericórdia de Deus". Lembrou Thomas Merton quando disse: "Não há nada especial em nós, que valha a pena defender!". Sobre a humildade, disse: "Quem se gloria, se glorie somente no Senhor". E arrematou: "A Solidão é uma escola de independência da sociedade e da dependência de Deus".  A presente conferência foi gravada em áudio e em breve será disponibilizada aos interessados.

A terceira palestra, da professora Maria Clara Bingemer, levou os ouvintes a sentirem o quão Merton era familiar com uma mística voltada à Natureza, capaz de transmitir o amor de Deus através do silêncio da floresta, dos campos cultivados, dos pássaros, do sol, das estrelas... Apresentou Merton como um profeta da responsabilidade ecológica, temática em alta e que logo em breve será objeto de um documento do Papa Francisco.

Finalmente, Irmã Faustina, OSB, do Mosteiro da Virgem de Petrópolis/RJ, deu testemunho sobre a sua convivência com a Irmã Maria Emmanuel (1912-2002), OSB, amiga e correspondente de Thomas Merton.

Ao final das palestras, um coquetel substancial aguardava os presentes. Enquanto uns se confraternizavam outros compravam livros expostos pela Editora Vozes - sempre parceira da SAFTM, que também lançou na ocasião o seu Mertonianum 100, livro comemorativo dos 100 anos de nascimento de Thomas Merton, contendo artigos e textos de estudiosos e admiradores do monge trapista.
Seguem abaixo alguns registros fotográficos. Nosso agradecimento especial ao jovem Bruno Oizumi e a Fernando Paiser.











O TESTEMUNHO DE FÉ, veículo oficial da Arquidiocese do Rio de Janeiro, publicou reportagem especial sobre o evento em 31/05/2015. 

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